Os ventos de julho me trouxeram (mais uma vez) dias tristes. Foram dias chorando a perda de um dos meus gatinhos, que com apenas 6 meses, nos deixou. Meu xodózinho escandaloso que praticamente nasceu dentro do meu quarto e cresceu rolando no meu pé. Que saudade!

Nesse processo de luto animal (mais um vez) percebo que meu choro é tristeza, minha tristeza é saudade e minha saudade é gratidão. Gratidão por ter tido você por tempo suficiente pra sentir sua falta, gratidão por todo amor e felicidade gratuita que você trouxe, gratidão por saber que sou humano que ama.

Julho então seguiu mais triste e menos barulhento, julho tem sido estranho e um tanto desanimador. Julho praticamente acabou mas eu parei naquela semana. É julho, espero que você venha menos dolorido no próximo ano e que os bons ventos soprem em direção de agosto.

Comecei a ler A Dança da Morte em maio e terminei essa viagem de 1247 páginas no final do mês de junho. Foram 2 meses imersa nesse mundo de pandemia e pós-pandemia, mas nesse caso 2 meses foram o suficiente para sair dele, já do outro lado do castelo da vida real seguimos em pandemia há 1 anos e 4 meses.

Ler sobre uma pandemia bem no meio de uma pandemia fez com essa experiência fosse mais real e mais intensa. Tenho certeza que meu sentimento em relação à esse livro seria muito diferente se eu mesma não tivesse vivenciado - ou nesse caso vivenciando - esse caos todo. A narrativa apesar de algumas vezes fantasiosa, se tornou 200x mais real e mais próxima de mim.

Essa obra de arte entrou para a minha lista de favoritos da vida, e sem dúvidas foi o melhor livro lido de 2021 até o momento. Stephen King me entregou absolutamente tudo e mais um pouco aqui, e falando no homem, a dança da morte se tornou o meu livro preferido do autor.

O livro começa nos introduzindo ao comecinho da gripe que vem a matar 99% da população, e vai nos mostrando o trajeto do vírus (que por sinal foi a parte mais difícil de ler ao vivenciar um cenário semelhante de pandemia, pois o tempo todo a gente fica traçando paralelos com o que está acontecendo agora). 

As poucas pessoas que sobreviveram vão se encontrando e escolhendo seu destino, e a partir daí o livro começa a ter um teor mais religioso que me pegou totalmente de surpresa e me deixou ainda mais intrigada e interessada, a luta entre o bem e o mal somada ao fim da civilização.

Ao terminar esse livro eu percebi que pelo menos nos livros do King, quanto mais personagens envolvidos  na trama mais chances eu tenho de amar o livro. A dança da morte nos apresenta diversos personagens ao longo das mais de mil páginas, e a melhor coisa aqui é que todos tem chance e espaço de sobra para serem desenvolvidos. 

Sem entrar em detalhes de personagens, achei que todos foram extremamente importantes e bem colocados. Menção honrosa para Harold, Tom, Larry, Glenn e meu amado Nick. Mãe Abagail e Flagg dispensam comentários. E Kojak, eu quase surtei quando você foi abandonado.

Tudo é tão amarradinho nesse livro que da gosto, poderia ficar horas falando sobre cada detalhe (aliás se você já leu ou estiver lendo esse calhamaço, independente do dia, mês ou ano, por favor venha falar comigo sobre!!!!). Sobre a série lançada agora em 2021 na amazon prime, até agora assisti 4 episódios e to adorando, as mudanças na ordem cronológica e personagens não me incomodaram, inclusive já até chorei assistindo tom e nick juntinhos.  

Esse é o início de um diário criativo, ou seja, um lugarzinho para unir arte, ideias, reflexões e experiências.

Estou em busca de despertar minha criatividade e descobrir minha linguagem, assim me sugeriram começar um diário criativo onde eu consiga me expressar livremente sobre a pauta que quiser. O blog foi a primeira ferramenta em que pensei, pois já tenho pensado há algum tempo em como sentia saudades de ter espaço online sem tanta pressão de engajamento. Assim parece que encontrei a desculpa perfeita pra voltar a ter um blog para chamar de meu.

Por aqui as coisas vão fluir levemente e honestamente. Sem contar likes ou comparar vidas. Apenas imagens e textos que revelem um pouco mais do meu eu de agora, para me ajudar não só a exercitar a mente como também a desabafar e compartilhar. Talvez esse seja o único post a aparecer por aqui, ou talvez daqui há 20 anos eu volte nesse blog e encontre muito mais do que esperava sobre o meu eu de 2021. 

De qualquer forma se mais alguém chegar aqui (que não seja a brenda do futuro), me conta o que você tem feito para exercitar sua mente?