Arrebatada pela família disfuncional estadunidense | Shameless

Pelo amor de Deus, como alguém pode ter reunido tantos absurdos em uma série só e ainda conseguir emocionar?

Se você já assistiu Shameless, sabe que o próximo absurdo sempre será maior que o anterior, e o melhor (ou pior) é que eles ainda conseguem te surpreender e chocar. Juro pra vocês que meu choque tem sido tão grande com essa série que chega a ser claramente — e consideravelmente — sonoro. Isso quando eu não levanto do sofá com as mãos na cabeça, completamente atordoada com o que tô vendo.

E agora eu tenho certeza que você ficou minimamente curioso pra assistir (ou reassistir) à série. Pode falar, vai.

Imagem:  Showtime Networks Inc.

Shameless — a versão original é britânica, mas ainda não assisti, e ouvi comentários de que não é tão boa quanto a estadunidense — esteve no ar entre 2011 e 2021 pelo canal Showtime. E desde o 1º episódio, a série é simplesmente dedo no c* e gritaria, ocasionalmente te levando às lágrimas.

Basicamente, acompanhamos a vida da família Gallagher e todos os seus desafios de sobrevivência, convivência e conflitos pessoais. A família é completamente disfuncional, pais viciados, que nunca tiveram responsabilidade nenhuma, e tudo isso recai sobre a filha mais velha, que se vê obrigada a cuidar dos cinco irmãos mais novos e (sobre)viver da melhor forma possível.

O segredo de Shameless funcionar tão bem está exatamente na falta de limite a que somos levados. Durante as temporadas, eles abordam absolutamente todos os tipos de assunto: doenças mentais, abuso de substâncias lícitas e ilícitas, violência, prostituição... e por aí vai. Essa ausência de limite nos personagens nos coloca na beira do precipício, te fazendo arrancar os cabelos com tantos absurdos acontecendo. E o que, pra muita gente, pode parecer exagerado e irreal, pra mim é uma constante reflexão sobre as nuances do ser humano, de estar vivo, de sentir, agir e responder aos instintos (ou não).

Os pensamentos mais frequentes na minha cabeça assistindo Shameless são sempre: “Não é possível!”, “Nem a pau!!”, “Não acredito!!!”. Seres humanos mostrando o lado mais feio, nu e cru de ser humano, mas também conseguindo trazer à tona o mais bonito. Mesmo chegando (e às vezes ultrapassando) os limites, os personagens ainda puxam a linha da empatia e fazem a gente sentir pena, carinho e até proteção por eles.

Frank talvez seja um dos personagens mais desprezíveis que já vi, e ainda assim, em certos momentos, eu chorei por causa dele. Essa é a grande sacada dos criadores da série: te fazer enxergar o pior e o melhor do mesmo ser humano. É simplesmente genial, e cria um laço fortíssimo entre a gente e a série. Os fãs do Mickey Milkovich que o digam, não é mesmo?

Lembro que Shameless era um grande hit no Tumblr no auge da plataforma, e eu era louca pra assistir, mas nunca tive acesso. Hoje, a série está disponível na Netflix, Prime Video e HBO Max, e sinceramente? Tenho certeza de que assistir a essa série aos 30 tem me gerado muito mais reflexão do que teria aos meus 17.

Em pouco mais de um mês, assisti a sete temporadas e agora estou na oitava curiosíssima pra saber o que mais vem por aí. Mas me conta: você já assistiu alguma das versões de Shameless? O que achou? Se ainda não assistiu, fica aqui a recomendação. Mas já deixo o aviso de gatilho: absolutamente todos os possíveis.

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