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sexta-feira, abril 21, 2023


SINOPSE

Mergulhar nos pecados do passado pode ser uma viagem só de ida.  

O solitário Daniel é um jornalista negro que escreve para a seção investigativa de uma revista independente. Ao saber da trágica morte de Romeu, seu melhor amigo de infância, ele decide voltar à sua cidade natal, Ubiratã, para investigar o caso, o qual a polícia prontamente concluiu ter sido suicídio.

Após dez anos longe, Daniel se vê de volta à pequena cidade onde cresceu. Seu regresso à casa é problemático. Bissexual, ele sempre se sentiu deslocado naquele bairro separado do resto da cidade por um rio. A nova companhia de teatro, figuras políticas da cidade, os membros de uma seita religiosa e famílias que não querem ser incomodadas são viradas de cabeça para baixo com a presença do jornalista e sua investigação criminal. Há, também, algo do passado de Daniel de que ele não consegue – ou não quer – lembrar. Em vez de memórias, tem visões de um menino, que aparece para ele com mensagens indecifráveis. Agora, quanto mais se aproxima da verdade, mais visões tem e mais ele deve descobrir sobre si mesmo.

"Então a morte curvou-se na beira do palco em agradecimento e começou a dançar."

MINHA EXPERIÊNCIA

Leitura envolvente e instigante. O Beijo do Rio foi o meu primeiro contato com o Stefano Volp e preciso dizer que adorei a experiência. Com capítulos curtos e uma escrita empolgante, o autor vai nos conduzindo através da visão de Daniel nessa investigação que vai muito além do que imaginamos.

O livro nos apresenta Daniel, um jornalista que volta para sua cidade natal para investigar a morte de seu amigo de infância. Ao adentrar novamente na pequena cidade pacata, extremamente religiosa e conservadora, Daniel revisita diversos traumas e começa a entender que sua investigação vai ir muito além do que o previsto.

"Todo mundo tem monstros. Os piores são aqueles que se disfarçam de Santos a vida inteira."

Estamos falando aqui de um personagem negro, bissexual que vem de uma cidade pequena e de uma família muito religiosa e conservadora. Só aqui já deu pra imaginar o peso que esse texto vai ter, não é mesmo? A ambientação de Stefano nesse livro é excelente, quase claustrofóbica e desesperadora em alguns momentos.

Com alguns personagens secundários muito bons e outros nem tanto, preciso destacar o quanto o grande antagonista dessa obra foi bem escrito. O Apóstolo me deu arrepios do começo ao fim. A minha única ressalva quanto a esse livro é o final, que apesar de ter achado a ideia muito boa, ficou corrida demais e até um pouco jogada. Gostaria que tivesse sido desenvolvido em mais algumas páginas, aí sim teria fechado com chave de ouro. Mas ainda assim, foi um bom final, que me deixou bastante chocada por sinal.

Um suspense nacional com pautas super importantes e bastante instigante. Super recomendo a leitura a todos. E o Stefano é definitivamente um autor para ficarmos de olho.

"O luto caiu-lhe como uma colcha de tristeza e melancolia convidando-o para um aconchego."


 

SOBRE O LIVRO |

Título: O beijo do rio Autor(a): Stefano Volp Editora: Harper Collins Ano da edição lida: 2022 (1ª edição) Páginas: 320 Skoob | Goodreads Lido em: abril 2023

Nota: ★★★★★
Gatilhos: confira a lista

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terça-feira, abril 11, 2023

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SINOPSE

Passaram-se séculos desde que os robôs de Panga ganharam autoconsciência e abandonaram as fábricas; séculos desde que peregrinaram para a vastidão selvagem e nunca mais foram vistos; séculos desde que desvaneceram em mitos e lendas urbanas. Um dia, a vida de Dex, um monge de chá com sentimentos de incompletude e insatisfação, é perturbada pela repentina chegada de um robô que veio para honrar uma velha promessa de checar como os humanos estão. Esse robô não pode voltar até que uma questão essencial seja respondida:

“De que os humanos precisam?”

Mas a resposta para essa pergunta depende muito de quem pergunta, e como. Assim, dois aliados improváveis partem em uma jornada filosófica sobre propósito, anseios e pertencimento. Em um mundo onde as pessoas têm tudo de que precisam, será que ter mais importa?

"Pensei, se eu conseguir apenas fazer isso, se eu puder fazer isso bem, vou me sentir bem. E adivinhe só? Eu faço isso bem. Muito bem. Eu faço as pessoas felizes. Faço as pessoas se sentirem melhor. E, no entanto, ainda acordo cansade, tipo... como se algo estivesse faltando."

MINHA EXPERIÊNCIA

Curtinho, aconchegante e com carinha de outono. Salmo para um Robô Peregrino foi uma grata surpresa e uma experiência de leitura diferente de todas as outras. A partir desse ponto vou contar a minha experiência utilizando linguagem neutra, em respeito a obra, que traz como personagem principal um personagem não binário.

Esse livro nos apresenta Dex, ume monge não binário que sai em busca de algo que nem elu mesme sabe o que é. Ao longo dessa jornada, elu encontra Chapéu de Musgo, um robô que está buscando observar os humanos para saber como eles estão se virando sem os robôs por perto.

Dex busca incessantemente sentido para sua vida. Elu deixa sua aldeia para se tornar monge do chá e servir conforto as pessoas que precisam, mas ainda assim segue angustiade sem entender sua razão de existir. E quem nunca teve uma crise existencial que atire a primeira pedra, não é mesmo?!

Acompanhar o encontro e a convivência de Dex e Chapéu de Musgo é simplesmente uma delícia. A paciência, a curiosidade e o cuidado que elus tem um com o outro te faz sorrir sem nem perceber. E apesar de tudo ser muito fofo e engraçado, tudo também é muito profundo e reflexivo nesse livro. A Becky Chambers alugou pelo menos 3 triplex na minha cabeça com seu texto.

"...se eu não usar esse tempo para alguma coisa, se eu não aproveitar ao máximo, então terei desperdiçado algo precioso"

A escrita da autora é simples, mas seu texto é complexo e cheio de significado. A busca de Dex por sentindo e propósito na vida é muito relacionável. E nesse mix de autoconhecimento e filosofia, a gente ainda ganha de brinde aquele robô muito queride que nos ajuda a refletir sobre a simples façanha de existir e já sermos bom o suficiente por isso. 

Sobre a tão polêmica linguagem neutra, o que eu achei? Sinceramente, houve um certo estranhamento no começo, que até diminuiu um pouco o meu ritmo de leitura. Mas conforme a leitura foi andando, fui me acostumando e sinceramente, não me atrapalhou em nada, na verdade, achei muito interessante observar a tradução e também a possibilidade de exercitar essa linguagem.

"Você continua se perguntando por que seu trabalho não é suficiente, e não sei responder, porque basta existir no mundo e se maravilhar com ele. Você não precisa se justificar nem merecer isso. Você tem permissão para simplesmente viver."

 

SOBRE O LIVRO |

Título: Salmo para um robô peregrino: 1 Autor(a): Becky Chambers Editora: Morro Branco Ano da edição lida: 2022 (1ª edição) Páginas: 176 Skoob | Goodreads Lido em: abril 2023

Nota: ★★★★  

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segunda-feira, janeiro 23, 2023



SINOPSE

Ike Randolph e Buddy Lee são muito diferentes. Embora ambos já tenham tido certa ligação com o mundo do crime no passado, é uma tragédia que os aproxima agora: seus filhos, Isiah e Derek, dois rapazes que formavam um casal, são brutalmente assassinados. A dor da perda só não é maior que o arrependimento por não tê-los aceitado em vida. Inconformados, estes pais ― dois ex-presidiários: um homem negro que conseguiu reconstruir a vida e se manter longe do crime e um homem branco não tão recuperado assim ― decidem fazer justiça, como nos velhos tempos. Quando começam a investigar por conta própria, descobrem que a morte dos filhos pode ser mais do que um crime aleatório de homofobia e talvez tenha o dedo sujo de certos mafiosos que eles conhecem bem. A única pista que têm é uma garota desaparecida, mas eles querem vingança. E não vão desistir até consegui-la.

But if all this has taught me one thing, it’s that it ain’t about me and what I get. It’s about letting people be who they are. And being who you are shouldn’t be a goddamn death sentence.

MINHA EXPERIÊNCIA

Em outubro do ano passado resolvi ler um livro completamente fora da minha zona de conforto, e o resultado foi descobrir uma das minhas melhores leituras do ano e um gênero novo para me aventurar. 

Esse livro foi um dos que me pegaram completamente de surpresa em 2022. Não sou muito fã de filmes de ação desse estilo tiroteio e pancadaria, mas fiquei tão presa e entretida nessa leitura que talvez eu dê mais uma chance para os filmes do gênero. 

Em Razorblade Tears a gente conhece dois pais muito falhos e que buscam justiça pelo assassinato de seus filhos. E ao longo dessa jornada de busca por vingança e justiça, o livro discorre sobre várias questões importantes, de raça, sexualidade, culpa, aceitação, paternidade, perda, criminalidade, arrependimento, amor e luto. 

The only thing I’d want to say to Isiah is that I’m sorry. And I couldn’t say it enough even if I had forever to say it. I couldn’t say it enough.

Cosby traz aqui personagens completos, cheios de erros e acertos, e de sentimentos conflitantes que passam diretamente do livro para o leitor, pois o tempo todo – apesar de vários momentos de raiva dos personagens – eu me pegava torcendo fortemente por Buddy Lee e Ike, ao ponto de me apegar tanto neles e chorar com as suas dores. 

Razorblade Tears foi minha primeira experiência lendo um livro cheio de ação e amei. Quero muito ler outros livros do autor e pretendo ler a versão traduzida que foi lançada no final de 2022 pela Editora Trama.

Recomendo muito a leitura. Foi definitivamente umas das minhas melhores leituras de 2022. ✨

This is who I am. I can’t change. I don’t want to, really. But for once I’m gonna put this devil inside me to good use.

 

SOBRE O LIVRO |

Título: Razorblade Tears | Lágrimas de Aço r
Autor(a): S. A. Cosby
Editora: Flatiron Books | Trama
Ano da edição lida: 2021 (1ª edição)
Páginas: 336
Lido em: outubro 2022

Nota: ★★★★

quinta-feira, setembro 29, 2022


SINOPSE

A tenista Carrie Soto se aposentou no auge, com a tranquilidade de ter atingido um recorde imbatível: foram vinte títulos Grand Slam conquistados ao longo de sua carreira. Mas apenas cinco anos depois de seu retiro das quadras, ela assiste Nicki Chan igualar sua marca, trazendo a sensação de que seu legado está comprometido.
Disposta a chegar aos seus limites, Carrie tem o apoio de seu pai, Javier, ex-tenista que a treina desde os dois anos de idade. Ele parece ter seus próprios motivos para incentivar a filha nesta última temporada que promete desafiar ambos num jogo que exige tanto física quanto mentalmente.

“Me pergunto por que passei a vida inteira com medo de perder, sendo que já tenho tanta coisa.”

MINHA EXPERIÊNCIA

Não é novidade para ninguém que a Taylor Jenkins Reid é mestre em escrever personagens famosos que não existem, e os torna tão reais e tão palpáveis que ao final do livro a gente tem certeza que aquilo tudo aconteceu. E em terra de Daisy Jones, Evelyn Hugo e Nina Riva, nasce mais uma estrela, a tenista Carrie Soto.

Assim como Daisy e Evelyn, a Carrie é uma personagem cheia de defeitos e que algumas vezes beira ao detestável. Mas também como as outras, apesar de todos os seus defeitos e erros, a gente aprende a se afeiçoar, entender, e algumas vezes até nos enxergamos nela.

Esse é um livro sobre retorno, expectativa, autorreflexão, aceitação e outras experiências muito humanas com quais podemos nos conectar. A personagem quer vencer, por vencer, para se provar melhor e não deixar ninguém tomar o seu lugar. É triste perceber que suas conquistas nunca parecem ser o suficiente, e mais triste é perceber que nós somos assim, que diariamente esquecemos de ser gentis conosco e invalidamos muitas coisas pelas quais trabalhamos tanto para alcançar.

Carrie é uma mulher segura de si, inteligente, determinada, sem filtro e sem remorso. Uma mulher de garra, que faz de tudo para conquistar seu objetivo, e deixa as sentimentalidades em segundo plano. Carrie é a mulher que desafia a todos por ser mulher, por ser uma mulher voltando da aposentadoria para provar que ainda é capaz, por ser uma mulher destemida.

“Depois que passamos a ser consideradas velhas demais, não importa o que já fomos um dia.”

E apesar das diversas pautas extremamente relevantes, o grande lance desse livro para mim foi refletir sobre os padrões de excelência e exigência que estabelecemos para nós mesmos. Essa cobrança e busca excessiva pela perfeição.

Carrie Soto me fez chorar e rir, passar raiva e torcer. Foi como assistir a partida da vida dela lá da arquibancada da quadra de tênis. E a mensagem desse livro que quero reforçar para você que chegou até aqui é: nada vai diminuir o que você fez e está fazendo.

“Quando foi que perdi isso? A emoção do sucesso? Quando foi que ganhar virou uma necessidade de sobrevivência?”


SOBRE O LIVRO |

Título: Carrie Soto está de volta
Autor(a): Taylor Jenkins Reid
Editora: Paralela 
Ano da edição lida: 2022 (1ª edição)
Páginas: 352
Lido em: setembro 2022

Nota: ★★★★ 

quarta-feira, novembro 10, 2021

 












Eu havia começado a ler Sombras da Noite em julho, mas não tinha conseguido passar do primeiro conto. Acho que simplesmente não era o momento certo, pois decidi pegá-lo novamente em outubro e fui lendo sem parar. Tentei falar um pouco sobre a minha experiência com cada conto sem dar muito spoiler para não atrapalhar a leitura de vocês.

JERUSALEM'S LOT -  4 ★ 
Um dos contos que se passam no universo de Salem e um dos melhores do livro. E por acaso ganhou uma adaptação pra tv incrível, e eu falei um pouco mais sobre ela aqui.


O ÚLTIMO TURNO - 3,5 ★ 
Esse foi um dos contos que me deixou MUITO wtf????. Achei um pouquinho gore porém brilhante, fiquei aflita, com nojo e arrepiada lendo. Esse conto teve uma adaptação para o cinema em 1990.


ONDAS NOTURNAS - 1,5 ★ 
A dança da morte é o meu livro preferido do autor, porém esse conto funcionou zero pra mim. Achei raso e sem graça. Foi bem aquilo de falou, falou e não falou nada. O universo de a dança da morte é incrível e poderia ter rendido um conto bem mais interessante, esse aqui me pareceu até um pouco preguiçoso.


EU SOU O PORTAL - 4 ★ 
Esse aqui foi muito louco, meu Deus. Descobri que simplesmente AMO King escrevendo sobre alienígenas. Alguma coisa nesse conto me trouxe um vibe meio O nevoeiro, só assisti o filme até então mas quero muito ler o conto. Fiquei aflita, curiosa e triste. Parabéns King, conseguiu de novo.


A MÁQUINA DE PASSAR ROUPA - 3 ★ 
Essas vibes de terror 80/90s bem bizarros que chegam a ser cômico. Objetos inanimados que criam vida e ficam maus, é o tipo do terrorzinho cômico que eu gosto. O conto foi a principal inspiração do filme Mangler, o grito de terror.


O BICHO PAPÃO - 3,5 ★ 
A história do bicho papão para adultos. O ódio que eu senti desse personagem principal não está escrito, mas é um excelente conto. Esse também foi adaptado para um curta em 1982.


MASSA CINZENTA - 3 ★ 
Esse foi mais um dos medianos pra mim, outro terrorzinho trashzeira que beira ao cômico. Teve algumas adaptações, mas acho que a mais icônica foi na série Creepshow.


CAMPO DE BATALHA - 4 ★ 
Toy Story só que de terror. Apesar de ser meio bizarro eu adorei, me diverti muito lendo e fiquei imaginando as cenas o tempo todo. Esse conto também ganhou adaptação em um episódio da série Pesadelos e Paisagens Noturnas.


CAMINHÕES - 5 ★ 
Esse aqui foi absolutamente tudo pra mim. Não consigo nem explicar o tanto que gostei desse conto, que além de me divertir, foi uma experiência particular bastante imersiva. Além de imaginar as cenas, fiquei me imaginando naquele restaurante. Trasheira de objetos inanimados de novo, obrigada pelos mimos King. Caminhões ganhou sua adaptação para tv em 1997.


AS VEZES ELES VOLTAM - 3 ★ 
Confesso que esse foi a minha maior dúvida. Aquele famosos caso de gostei mas não gostei. O conto tem elementos interessantes mas mesmo sendo curto, achei um pouco repetitivo o que o tornou cansativo. Teve sua adaptação em 1991.


PRIMAVERA VERMELHA - 3,5 ★ 
Inspirado na lenda urbana inglesa de Jack dos Saltos de Mola, mulheres são assassinadas no campus da universidade. Outro conto muito bom e com final de gostinho de quero mais.


O RESSALTO - 3,5 ★ 
Outro conto excelente que definitivamente prende sua atenção. Aqui rolou tensão de sobra e talvez não seja o mais indicado para quem tem medo de altura. O homem que precisa dar a volta no parapeito de um prédio altíssimo ganhou sua adaptação para tv em 1985.


O HOMEM DO CORTADOR DE GRAMA - 3,5 ★ 
Parece que quanto mais wtf???? o negócio fica, mais eu gosto. Objetos inanimado ganhando vida e matando pessoas, mas dessa vez nem foi tanto o objeto assim. O filme The Lawnmower Man de 1992 teve inspiração no conto, e apesar do mesmo nome e da cena com o cortador de grama, o filme é tão diferente que o Stephen King chegou até a processá-los por promoverem o filme como adaptação da sua obra, quando esse não foi bem o caso.


EX-FUMANTES LTDA. - 4,5 ★ 
Pesadíssimo. Esse foi uma dos mais assustadores e pesados de todos. Me deixou incomodada do inicio ao fim com toda a situação por trás dessa promessa de faremos qualquer pessoa parar de fumar. O conto teve a sua adaptação junto com O Ressalto, no filme Olhos de Gato de 1985.


EU SEI O QUE VOCÊ PRECISA - 4 ★ 
Se a série YOU fosse um conto do Stephen King, serie esse. Se apaixonar por alguém que sabe tudo o que você quer, gosta e precisa. Será que está de fato apaixonada ou enfeitiçada? 


AS CRIANÇAS DO MILHARAL - 5 ★ 
O NÚMERO 1 NO MEU CORAÇÃO, simplesmente o melhor de todos. Que conto incrível, meu Deus. Eu gosto muito dos filmes e até por isso achei que não fosse gostar tanto no livro, mas que obra de arte. Seria meu sonho o King fazer um livro todo baseado nesse conto, pois aqui há muita história pra contar. A ambientação é sensacional, a tensão fica presente do começo ao fim e o fato de ter crianças como o elemento mau é a cereja do bolo. Uma cena em especifico aqui me fez gritar. Além de claro, ter uma das adaptações mais icônicas das obras do Stephen King, Colheita Maldita de 1984 que ganhou várias sequências.


O ÚLTIMO DEGRAU DA ESCADA - 3,5 ★ 
Um conto de drama que fala sobre o relacionamento de dois irmãos que se afastam ao longo dos anos. Triste, triste e triste. Pra te fazer refletir bastante sobre tempo com aqueles que você ama.


O HOMEM QUE ADORAVA FLORES - 2,5 ★ 
Talvez o mais previsível de todos com mais um homem pra gente odiar.  O conto não é ruim, mas senti que estava lendo sobre o Norman Bates desde o inicio.


A SAIDEIRA - 5 ★ 
Mais um mimo para os fãs de Salem, eu amei voltar em Jerusalem's Lot. Me entregou tudo e mais um pouco, já que não estava esperando que fosse ter outro conto baseado em Salem nessa coletânea. E mais uma vez a criança foi a cereja do bolo na narrativa do Steph. 


A MULHER DO QUARTO - 2,5 ★ 
Para fechar a coletânea temos outro drama que te faz refletir bastante sobre a vida. Uma mãe idosa, doente e acamada. Um filho que quer ajudá-la. Apesar de ser bem escrito eu acabei não me conectando tanto. O conto também foi adaptado como um curta em 1984 

Em resumo eu tive uma experiência incrível com essa primeira coletânea de contos do King, inclusive favoritei o livro principalmente por conta de Crianças do Milharal, que ganhou meu coração todinho. Já estou super ansiosa para ler outros livros de conto do autor. 

SOBRE O LIVRO |
Título: Sombras da Noite
Autor(a): Stephen King
Editora: Suma de Letras
Páginas: 416
Lido em: outubro 2021
Nota:  

sexta-feira, outubro 29, 2021

Um homem que perde o juízo e é vitima de seus próprios pensamentos

Tenho gostado muito dos livros de Bachman por conta do terror psicológico sem a presença de elementos sobrenaturais. Torna a coisa toda mais real, e esse pra mim é o verdadeiro terror, pois está tão próximo e todos nós estamos sujeitos a vivenciar algo do tipo.


A Autoestrada foi uma grata surpresa, comecei a ler tendo certeza de que ia detestar e acabei me surpreendendo pelo tanto que fui envolvida. Os primeiros 30% são de fato confusos, mas uma vez que você entende o que está acontecendo, o livro se torna mais fluido.

Esse livro me trouxe muita empatia, algo muito parecido com o que senti lendo A Metamorfose, aquele sentimento de pena e de querer ajudá-lo a passar por aquilo. Aqui encontramos um homem que vem de uma tragédia pessoal e sente que sua vida continua a desmoronar quando descobre que uma estrada vai passar por sua casa e ele vai precisar deixar seu único local de segurança, memórias e pertencimento. Acompanhar esse sofrimento e essa dificuldade de desapego material e emocional foi interessante e triste.

É engraçado o quanto a gente tem uma solução simples para todos os problemas dele, mas esse personagem reforçou em mim a importância de entender como as pessoas são diferentes e lidam com a perda de formas diferentes. Além do drama do personagem, algo que me agradou muito nesse livro (diferente de outros livros do autor que li até agora) foi a cena ápice de ação, que fez valer a tensão criada durante a narrativa toda. 

SOBRE O LIVRO |
Título: A Autoestrada
Autor(a): Stephen King
Editora: Suma 
Páginas: 304
Lido em: outubro 2021
Nota: 

Diferentemente do livro anterior, em The Long Walk (A Longa Marcha) eu já tinha altas expectativas, e definitivamente foram atendidas. Foi uma leitura muito imersiva e intensa, pela primeira vez chorei com um livro do Stephen King. Aqui de novo temos um terror psicológico que te faz criar muito empatia pelos personagens. Pesado, triste e até um pouco melancólico. Meninos que precisam andar para salvar suas vidas. Meninos que se colocam nessa missão praticamente suicida sem ao menos saberem o porquê. 

Não consegui parar de ler esse livro, da metade para o final entrei no modo leitora frenética. E o final me fez gritar, até agora não acredito que acabou daquela forma, até agora não acredito que Stephen King fez isso comigo (risos). Mas é o Stephen King, sendo Stephen King, com seus finais de Stephen King

Aliás, fiquei sabendo que vai rolar uma adaptação do livro para o cinema e confesso que estou muito ansiosa, tem tudo pra ser um ótimo filme. 

SOBRE O LIVRO |
Título: A Longa Marcha
Autor(a): Stephen King
Editora: Tradução Livre - Le Livros 
Páginas: 240
Lido em: outubro 2021
Nota: ★/ 

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