BRENSHELF: fevereiro 2023

Mais é mais | Maximalismo

By Brenda Silva - fevereiro 25, 2023

De uns anos pra cá muito se fala de minimalismo e decoração escandinava, diversas casas passaram a ser decoradas em branco, tons claros variando entre bege e cinza, e algumas plantinhas pra trazer um pouco de vida ao local. O visual de uma casa chique, moderna e aconchegante. Afinal, menos é mais né? Mas será que é mesmo?

Esse ano eu mergulhei fundo na estética e na decoração maximalista e cheguei a conclusão de que menos não é mais coisa nenhuma. Mais é mais, aliás, mais é bem mais. Esse estilo já um velho conhecido meu, por conta de casas como a da Gloria Vanderbilt e da Dita Von Teese, mas nunca dei muita bola pra ele. Era uma proposta que sempre considerei inalcançável por ser um estilo majoritariamente caro.

Mas então o TikTok me colocou em uma bolha de maximalismo, e eu comecei a entender essa tendência um pouco melhor e descobri que nem só de decoração de milhões de dólares vive o maximalista.

Fotos: @itsbridgettebitch | @jessmarak

Mas afinal o que é esse tal de maximalismo? Digamos que é o filho rebelde e eclético da família. Que vem para quebrar as regras das principais tendências de decoração e gosta de um pouco de tudo, por isso então mistura todo esse repertório em um só ambiente (ou na casa toda).

Ao contrário do que a maioria acredita, essa não é uma tendência de peças caras com intenção de acumular muitos objetos ou ser cafona. A intenção do maximalismo é ser criativo, abusar de cores, texturas, estampas e formas diferentes. Criar um ambiente alegre, divertido e único. Que seja a sua cara, que conte a sua história.

Fotos: @homewithhelenandco | @c.rosada

O mais legal dessa tendência é que realmente não há muitas regras. Você não precisa precisa misturar cores vibrantes, objetos grandes e diferentes, texturas e estampas para ter uma decoração maximalista. Você pode usar tons mais sóbrios e abusar dos objetos diferentões, ou optar por ter menos objetos e se aliar da mistura de cores divertidas nas paredes e móveis. Tudo é uma opção aqui, afinal é a sua essência compartilhada através da sua casa.

Como grande entusiasta da vibe dos anos 70 que sou, fico muito feliz de ver os maximalistas se multiplicando por aí e as casas se colorindo novamente. O Instagram e o TikTok já estão cheios de conteúdo, inspiração e DIYs de pessoas que são adeptas desse estilo e eu estou estou obcecada com essas contas. E tem famosos nessa lista também. Super indico a tour pela casa da Dita Von Teese e também o da casa da Lily Allen e do David Harbour, são duas propostas diferentes dentro do maximalismo, porém ambas lindas.

Fotos: @colourmadetheroom | @goldenhourabode

Estou completamente apaixonada por essa estética e sonhando com a casa própria para poder decorar e chamar de maximalista. Entendo que essa estética não agrada todo mundo e pode parecer exagerada para a maioria das pessoas, mas como alguém que estudou e trabalha com design, fico com o coração quentinho quando vejo as pessoas sendo tão livres e criativas nas decorações.

E você, o que acha desse estilo de decoração maximalista? Faria? Ou prefere o visual do minimalismo?

7 Comments

1 estrela

O mês em livros | Janeiro

By Brenda Silva - fevereiro 05, 2023

O ano já começou com tudo por aqui no quesito leituras, janeiro chegou com direito a livro favoritado, livro abandonado e livro com 1 estrela. Se os próximos meses seguirem essa linha, vem aí um ano bem interessante de leituras.

1. Galateia, por Madeline Miller - 🇺🇸 || 96 páginas || Editora Planeta Minotauro

★★★★

Comecei o ano com o audiobook de Galateia da Madeline Miller. Essa foi a minha primeira experiência com a autora e preciso dizer que gostei muito da sua visão sobre o mito grego de Pigmalião e Galatéia. A autora traz uma releitura sob uma óptica mais feminista do mito grego, onde originalmente o escultor Pigmalião se apaixona por uma de suas esculturas de mármore, escultura essa que cria vida após a deusa Afrodite se comover com o amor do homem pela estátua. Pigmalião e Galatéia então vivem felizes para sempre. Mas não no livro de Miller. O desenvolvimento desse relacionamento no conto da autora é narrado de outra perspectiva, acompanhamos a visão de uma mulher que busca felicidade e liberdade para ela e sua filha, enquanto lida com um marido egoísta, possessivo e ciumento. Galateia é um conto pequeno, mas muito complexo e envolvente.

2. Nossa Noite de Natal, por L.R. Brand - 🇧🇷 || 64 páginas || Independente

★★★

Aproveitei que estava com o Kindle Unlimited para ler o conto de natal que a Laura havia lançado no mês anterior. Como grande fã de comédia romântica e de Natal que sou, adorei acompanhar Cecília e seu vizinho presos no elevador em plena véspera de Natal. O conto é curtinho e muito envolvente, segue a linha de enemy to lovers e o cenário natalino foi a cereja do bolo para mim, deixou meu mês de janeiro com gostinho de dezembro.

3. Olhos d'água, por Conceição Evaristo - 🇧🇷 || 116 páginas || Editora Pallas

★★★★♥

E chegamos ao favorito do mês. Que leitura incrível, incrivelmente linda e triste, pesada e profunda. A autora com sua escrita poética, afiada e sem pudor, discorre sobre temas de classe, gênero e raça ao longo de 15 contos muito bem construídos. Belos e brutais, diversas vezes precisei parar entre um conto e outro para respirar, digerir tudo o que tinha acabado de ler, antes de começar o próximo. Dentre todos, o meu preferido foi "Maria", esse me deixou sem ar e sem chão durante um bom tempo, e me fez refletir muito sobre a rapidez e a veracidade em que fazemos julgamentos. "O cooper de Cida" também foi um que mexeu muito comigo, pois me vi em Cida enquanto ela refletia sobre o tempo, reflexão essa que eu já venho fazendo há algum tempo e inclusive já até comentei aqui no blog.

• você também pode gostar de: Um vício chamado audiobooks | BEDA#7

4. Duna (Crônicas de Duna, #1), por Frank Herbert - 🇺🇸 || 680 páginas || Editora Aleph

★

Duna é um livro que venho lendo desde 2022. Comecei a ler abril e abandonei, retornei em agosto e acabei abandonando novamente. Então decidi que estava na hora de terminar essa aventura científica e finalmente em janeiro de 2023 retomei a leitura mais uma vez e consegui finalizar com a ajuda do audiobook (te amo scribd). Que Duna é um grande clássico ninguém pode negar, mas certamente não é um livro para mim. No livro a gente acompanha o Paul crescendo e amadurecendo como o grande herói prometido, e essa caminhada é cheia de esquemas políticos e religiosos. Acontece que Paul é um personagem completamente sem carisma e que ao longo de mais 600 páginas parece não crescer ou amadurecer, me parece que ele já nasceu pronto e perfeito para cumprir sua profecia, e isso extinguiu qualquer pequena chance que eu tinha de me conectar com o livro. Além de ter achado narrativa e personagens chatos, a linha do tempo desse livro me irritou muito. De uma página pra outra anos e acontecimentos se passavam sem que a gente fosse avisado. Eu entendo o sucesso e o clamor por essa série de livros, mas também entendi que não é o meu tipo de livro, e por isso acabou se tornando o primeiro 1 estrela do ano.

5. A Lenda do Cavaleiro sem Cabeça e outras histórias, por Washington Irving - 🇺🇸 || 192 páginas || Editora Wish

abandonado

Mais um livro de contos em janeiro, mas infelizmente esse foi abandonado. Estava super ansiosa para conhecer a origem da lenda do cavaleiro sem cabeça, mas a narrativa do livro quase me fez arrancar a minha própria cabeça. Com todo respeito ao Sr. Irving, mas os contos são entediantes, sua escrita não me envolveu nenhum pouco. Me forcei muito para terminar o conto principal e logo no começo do segundo acabei desistindo e abandonando o livro.

6. Kim Jiyoung, nascida em 1982, por Cho Nam-joo - 🇰🇷 || 134 páginas || Editora Intrínseca

★★★,5

A última leitura de janeiro foi Kim Jiyoung, e esse entrou para aquela lista de "livros que li com a expectativa muito alta". Não me entenda mal, é um bom livro, mas a minha experiência não passou muito disso. Um dos livros mais comentados de 2022, conta a trajetória de uma mulher coreana, desde sua infância até a maternidade, crescendo, entendendo e lidando com machismo estrutural e a desigualdade de gênero enorme de seu país. O livro é curto, e talvez esse tenha sido o grande problema para mim. Senti falta de um pouco mais de desenvolvimento, e de desfecho. O livro foca no passado, em contar tudo o que aconteceu para que a protagonista chegasse ali, mas não nos mostrou muito as consequências daquilo. Eu estava interessada no passado, mas muito mais no presente, em saber como ela estava e como ela iria seguir dali pra frente. Na maior parte do tempo eu estava muito mais interessada na mãe e na irmã da protagonista do que nela, aliás, a mãe de Jiyoung foi o ponto alto do livro pra mim. Um bom livro, com o qual - infelizmente - todas as mulheres vão se identificar com algum momento da vida de Kim.

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E você, leu alguma coisa boa no mês de janeiro? Me conta aqui nos comentários :)

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